A AMBIENTAÇÃO

O ano atual é 3402, embora o tempo tenha pouca significância quando a eternidade jaz defronte. Ignos é um universo separado por regiões. Uma vez fora extremamente rica em sua fauna e flora, o caloroso sol aquecia as dermes de todos aqueles que a habitavam enquanto a lua era fonte majestosa de toda a beleza noturna. A criação, a fertilidade, o sol e a lua datam os primórdios de todo aquele mundo divino.

Divino, porém, imperfeito. Corrupto. Conforme a ganância crescia dentro dos deuses, o céu escarlate - qual todo o sangue derramado ao longo de eras - faz de fundo às ruínas e à austeridade de mármore e metal que domina sua paisagem. Não há luz solar, como tampouco calor, mas todos os deuses são acostumados com o permanente frio e a constante neve aos pés.

Mesmo os mais novos são bastante velhos, velhos ao ponto de haver esquecido a existência dos criadores, os Grandes Antigos. Olvidaram-se, também, dos ensinamentos deixados pelos mesmos, atravessando ao plano mudando durante o Marcheschvan - único período donde gozavam de uma liberdade inconsequente entre os humanos - embora alguns poucos conseguissem fazê-lo randômica e raramente sem explicação alguma, por intermédio de sonhos olvidados que caíam á ignorância trás seu retorno.

A ganância indecorosa e o desejo cego por mais foi o ponto de partida para conflitos internos, altercações divinas que culminavam em cruentos encontros em campos de batalha. Cada uma resultava em status, poder e uma coroa de louros a simbolizar toda sorte de glória vil destinada aos vencedores. Aos mais fracos restava a vergonha, sendo subjugados, marginalizados e submetidos à vassalagem daqueles que os haviam derrotado. Aos menos afortunados, mesmo a escravidão configurava um possível destino.